terça-feira, 22 de março de 2011

CRIAÇÃO DE CODORNAS

CRIAÇÃO DE CODORNAS


codornaA codorna existe desde a antiguidade na Europa como ave migratória – de plumagem cinza-bege e pequenas listas brancas e pretas – foi levada primeiramente para a Ásia – China, Coréia e, depois, para o Japão. A codorna, hoje criada em cativeiro, é o resultado de vários cruzamentos efetuados, no Japão e na China, a partir da sub-espécie selvagem Coturnix coturnix, de origem européia. Já no ano de 1300 d.c. a codorna foi domesticada pelos japoneses em função do canto melodioso dos machos. Na primeira década do Século XX os japoneses conseguiram, após inúmeras tentativas, promover sua criação de forma racional, em pequenas gaiolas, com produção em série, com vistas à exploração comercial. Graças à sua alta fertilidade, abundante postura de ovos e exigência de pouco espaço para seu confinamento, mais a facilidade de transporte, a codorna tornou-se uma das principais fontes de alimentação para os vietnamitas durante a guerra contra os Estados Unidos.
No Brasil, as codornas foram trazidas por imigrantes italianos e japoneses na década de 50. A partir daí sua produção vem se consolidando, tornando-a uma importante alternativa alimentar no país.

Mercado
A criação de codornas (coturnicultura) tem apresentado um desenvolvimento bastante acentuado nos últimos tempos. Os principais fatores que contribuem para isso são: o excepcional sabor exótico de sua carne, responsável por iguarias finas e sofisticadas; o baixo custo para implantar uma pequena criação, podendo se tornar uma fonte de renda complementar dos pequenos produtores rurais. Do lado técnico-econômico, torna-se ainda mais atrativa, ao verificar-se o rápido crescimento e atingimento da idade de postura, a elevada prolificidade e o pequeno consumo de ração.

Vantagens da criação de codornas
Este tipo de criação apresenta algumas vantagens, tais como:
- Rápido crescimento;
- Precocidade sexual;
- Alta postura;
- Elevada rusticidade;
- Baixo consumo alimentar.

A criação
A criação de codornas pode ser em dois níveis, que são:
- Criação Doméstica: É aquela feita em residências ou em apartamentos, não exige um rigor técnico acentuado, porém, são necessários alguns cuidados básicos, como por exemplo com os dejetos.
- Criação Comercial: É aquela feita em grande escala, onde o objetivo do criador será a comercilaização do produto final.

A implantação
No momento da implantação da criação deve-se dar atenção a alguns fatores importantes, que são a:
- Localização: É de fundamental importância, já que se devem ser respeitadas as condições de conforto exigidas pelas aves;
- Temperatura: A temperatura ideal deve estar entre 20 e 23ºC;
- Luminosidade: Este fator é o responsável pela postura, no caso da criação comercial, recomenda-se 18 horas de luz entre natural e artificial;
- Água: Responsável pelo metabolismo da ave, como também pela desinfecção das instalações. Ter uma água de boa qualidade é fundamental;
- Circulação de ar: Ter um ar que possa ser renovável é muito importante, visto que, isto possibilitará a eliminação do excesso de umidade do ambiente, do calor e dos gases formados pelo metabolismo da ave.

Estrutura
A estrutura básica deve contar com uma boa disponíbilidade de área, água, além é claro de um clima favorável, lembrando que estes requisitos são indicados para o empreendedor que deseja ter uma criação comercial.

Instalações e Equipamentos
Irão variar de acordo com o tipo de criação, ou seja, doméstica ou comercial, porém, se torna válido citar alguns tipos de instalações e equipamentos:
- Galpões Fechados (laterais). Apresenta um alto custo, além do que não podem ser muito grandes e largos, pois dificultam a circulação de ar, recomenda-se que se tenha várias janelas.
- Galpões Abertos (laterais). Apresentam maior economia quando implantados em regiões de alta temperatura, porém, deve-se contralar a temperatura durante o inverno. Este tipo de instalação exige telas nas laterais, a fim de evitar a fuga das aves e impedir a entrada de predadores.
- Telhados. Influência na temperatura interna do galpão, as telhas de barro oferecem maior conforto térmico, porém, exigem maior gasto com madeiramento, por outro lado, as telhas de cimento amianto são de custo mais baixo, porém, aumentam a temperatura interna.
- Piso. Pode ser de cimento rústico ou outro material, deve apresentar uma pequena declividade.
- Gaiolas de Postura. Possibilita um melhor controle produtivo das aves, recomenda-se as gaiolas de arame galvanizado, são padronizadas nas medidas 100cm X 30cm (comporta 30 aves) ou 100cm X 40cm (comporta 40 aves), com duas ou três repartições. Pode-se utilizar gaiolas de madeira (com fundo de arame), tem como vantagem o baixo custo.
- Gaiolas de Recria. São utilizadas na fase intermediária de crescimento. As aves são alojadas com 15 dias de vida e saem quando atingem os 35 dias.
- Gaiolas para Codornas de Corte. São de tamanho 100cm X 40cm.
- Bebedouro. O mais comum é o do tipo nipple, pois possibilita obter melhor qualidade da água, economia na sua administração e maior controle nos medicamentos.
- Comedouros. Geralmente vem junto com a gaiola.

Investimento Inicial
Há uma série de fatores que influenciam nos custos a serem empregados num empreendimento, os quais irão variar de acordo com as escolhas do empreendedor e do
capital que o investidor dispõe para montar uma criação de codorna. Para uma criação de 30 aves adultas com os equipamentos necessários e montados numa área de 20m², será
necessário desembolsar uma quantia de R$ 1. 500,00 (mil e quinhentos reais) aproximadamente.

Os Sistemas de Criação
Existem três tipos:
- Criação Sobre Camas. É o de menor tecnologia, consiste basicamente em criar as aves sobre um material absorvente, denominado cama, geralmente de sabugo de milho picado, casca de arroz ou aparas de madeira.
- Criação em Gaiolas no Sistema de Baterias. Muito utilizado na fase de crescimento (15 a 35 dias) e na fase de postura. Este nome bateria é dado devido ao conjunto de 4 ou 5 gaiolas, uma sobre a outra, com espaçamento de 15cm.
- Criação em Gaiolas no Sistema escada. É o sistema mais moderno de criação, consiste no uso de gaiolas de arame galvanizado, idênticas as utilizadas no sisitema de baterias, fixadas de maneira a dar a impressão de uma escada. Apresenta como desvantagem o seu alto custo.

Alimentação
É constituída basicamente da:
- Ração. Há no mercado rações fareladas de uso exclusivo de codornas, pintinho de codorna. Após a eclosão, deve ser mantido em jejum durante 24 horas. A partir deste período receberá ração à vontade. Esta ração contendo 26% de proteína bruta deverá ser oferecida à ave até a idade de 45 dias, quando é levada ao abate ou para a produção de ovos. O consumo estimado no período é de 500 gramas por aves. A partir de 45 dias, as fêmeas receberão a ração de postura com cerca de 23% de proteína bruta. Devem ser oferecidos, diariamente, entre 30 a 35 gramas desta ração por ave.
A ração deve ser armazenada em local seco e fresco, não ter contato direto da embalagem com o piso e não ser guardada por período superior a 30 dias. Deve-se evitar, ainda, que seja atacada por roedores.
- Água. A água deve ser potável e sempre à vontade.

O Manejo
Divide-se em:
- Manejo de Reprodução. As codornas de reprodução devem, preferentemente, ser mantidas em gaiolas coletivas de macho e fêmea. Semanalmente, o macho de um abrigo deve ser trocado de lugar com o macho do abrigo vizinho e assim sucessivamente. Recomenda-se um macho para cada 2 a 3 fêmeas. Devido à grande sensibilidade das codornas à consangüinidade, com marcados efeitos nocivos, recomenda-se evitar os cruzamentos entre parentes próximos. Os ovos férteis de codornas podem ser incubados naturalmente com galinhas anãs ou pombas, muito embora seja um método de pouca eficiência, devido às grandes perdas. O mais recomendável é através da incubação artificial.
- Manejo do Pintinho. Decorridas as primeiras 24 horas da eclosão, os pintinhos devem receber aquecimento, ração e água à vontade. A temperatura inicial de criação deve ser 38ºC. A partir do terceiro dia de vida, procede-se à redução diária de 1ºC até que a temperatura se torne ambiente. O piso da criadeira é forrado com papel durante os três primeiros dias de vida. A ração será distribuída na própria forração de papel por sobre o piso, nos três primeiros dias. Depois oferecida em cochos do tipo bandeja. Os bebedouros devem ser lavados e sua água trocada, no mínimo, duas vezes ao dia.
- Manejo da Recria. A recria compreende o período entre 16 e 45 dias de idade. Nesta época, as aves continuam recebendo ração e água à vontade.
- Manejo de Postura. A quantidade de ração por ave deve ser de 30 a 35 gramas, e a água deverá ser fornecida a vontade. Para um índice elevado de postura, o ambiente da criação das codornas em produção deve ser iluminado na base de uma lâmpada incandescente de 15 WATTS para cada 5 metros quadrados de galpão.
- Manejo dos Ovos. Os ovos serão colhidos duas vezes ao dia. A primeira coleta realizada pela manhã e a outra, à tarde. Eles devem ser acondicionados nos pentes próprios, mantidos sobre refrigeração, para que as suas qualidades nutritivas sejam conservadas. Os ovos destinados à incubação serão mantidos em ambiente fresco, arejado e nunca por um período superior a 7 dias.

Prevenção de Doenças
Constituem-se práticas que contribuem para a saúde das codornas a limpeza e a higienização do ambiente da criação, a limpeza freqüente dos bebedouros e comedouros, assim como, a retirada periódica das fezes nas bandejas coletoras. Deve-se lavar e desinfetar a bateria ou a gaiola toda vez que dela for retirado um lote.
- Vacinação. As codornas devem ser vacinadas contra as doenças de Newcastle e Coriza, por se constituírem naquelas de maior importância econômica.
* Vacinação de Newcastle:
- 1ª dose. Aos 21 dias de idade, vacina vírus vivo, amostra La Sota – via ocular, instilando-se uma gota de vacina no olho.
- 2ª dose. Aos 45 dias de idade, vacina vírus morto, oleosa -via injetável, no músculo do peito, ou subcutânea, na dose de 0,5ml (meio mililitro).
* Vacinação de Coriza Infecciosa:
- 1ª dose. Aos 28 dias de idade, vacina amostra morta, a absorvida em hidróxido de alumínio – via injetável, no músculo do peito ou subcutânea, na dose de 0,5ml.
- 2ª dose. Aos 45 dias de idade, vacina amostra morta, emulsão oleosa – via injetável, no músculo do peito ou subcutânea, na dose de 0,5ml.
- Vermifugação . Aos 30 dias de idade, vermifugar as aves, através da ração, com drogas à base de mebendazole. Repetir a medicação 3 semanas após. A dosagem deverá ser o dobro daquela recomendada a galinhas.

Comercialização
Qualquer criação comercial tem por objetivo o lucro. Na criação de codornas, seja para a produção de ovos, produção de carne ou pintos de um dia de vida, não poderia deixar de ser diferente. Por ser uma criação exótica, existem alguns fatores para os quais o criador deve se atentar, são eles:
- Considerar que o consumo de produtos é maior nos grandes centros urbanos;
- Regiões onde existam cooperativas que tenham cooperativas que tenham atividades relacionadas à avicultura, principalmente de postura, poderão ser um excelente meio de escoar a produção, por estarem envolvidas na comercialização de ovos;
- A venda para atacadistas também é uma forma de escoar a produção. Neste caso, é possível a associação entre o produtor e o comerciante, ficando cada um com a sua responsabilidade;
- A comercialização direta ao consumidor é vantajosa para pequenas criações (5.000 aves poedeiras, por exemplo), por permitir maior lucratividade. Esta vantagem, no entanto, diminui quando são granjas maiores, devido aos custos envolvidos na comercialização do produto.

Criação Doméstica
Se o objetivo é ter uma criação pequena no fundo de casa, ela pode ser iniciada com codorninhas de 1 a 28 dias. Outra opção é começar com algumas matrizes e reprodutores e depois selecionar, em cada geração, os machos e fêmeas mais robustos, para dar origem a novos reprodutores. Não há muito rigor técnico para a criação doméstica, pois, geralmente, o objetivo do criador é o de obter ovos para seus familiares e ter as aves como um hobby. Contudo, mesmo nestas condições, são necessários alguns cuidados. Os dejetos, por exemplo, precisam ser adequadamente eliminados, pois o seu acúmulo irá ocasionar a proliferação de moscas ou outros insetos e mau cheiro em excesso. As gaiolas existentes no mercado podem ser utilizadas neste tipo de criação, com pequenas modificações quando necessário.

Lembretes Importantes
Alguns fatores que devem ser considerados por parte do empreendedor:
- Manter um controle rígido de qualidade e o conhecimento, por parte do criador, das principais características do animal são fundamentais;
- A criação racional de codornas segue regras básicas de manejo, alimentação, sanidade e instalações.

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Sebrae
Agromundo

(Retirado do site: Agromundo)

sábado, 19 de março de 2011

Doenças e pragas Codornas.


Aves bem alimentadas e com um manejo correto são mais resistentes às doenças e a
melhor prevenção é feita através de vacinas, embora para algumas doenças das aves não
existam vacinas, ou apesar de existirem, tornam-se inviáveis para o pequeno produtor, pois
só são vendidas pelos fabricantes em grande quantidade e após serem abertas não podem
ser guardadas e reaproveitadas (como por exemplo, a vacina contra a doença de Marek que

só é vendida em embalagens de 500 a 1000 doses, e por ser seco- liofilizada e mantida a
100°c em bujões de nitrogênio líquido ).
São várias as doenças que atacam as aves, a maioria são doenças respiratórias.
Aspergilose é uma infecção que ataca as aves, sendo provocada por fungos. Causa
alterações no aparelho respiratório ( ronqueira ), perda de apetite, enrijecimento das
articulações e paralisia, diarréia, apatia, queda na produção. Confunde-se com a
coriza e a bronquite infecciosa. Não há vacina, o tratamento é feito com antibióticos e
pulverização periódica dos viveiros com fungicidas. A ingestão de alimentos mofados
induz a formação de focos.
Bouba Aviária também conhecida como varíola Aviária, é causada por vírus,
formando nódulos escuros na pele em volta dos olhos, bico, crista e barbelas. As
aves apresentam dispnéia e cabeça arroxeada. Quando as aves aparecem doentes
devem ser isoladas. Quando os nódulos são retirados a pele sangra e deve-se
aplicar iodo glicerinado e as aves devem ser tratadas com antibióticos. A vacina é
indispensável para evitar a doença, deve ser aplicada nas aves de 1 a 5 dias de
idade, na membrana da asa ou na coxa após a retirada das penas.
Bronquite Infecciosa é uma doença respiratória causada por vírus, altamente
contagiosa. As aves apresentam tosse, espirros e dispnéia, as lesões acontecem
principalmente nos pulmões e as aves apresentam catarro. A produção cai e o
apetite diminui, as aves ficam prostradas. O uso de antibióticos combate a infecção,
boa alimentação, água de boa qualidade e instalações desinfetadas são
indispensáveis. A vacinação é feita entre 6 e 16 semanas de idade.
Coccidiose provoca a queda na produção e o atraso no crescimento. Doença
parasitária do trato intestinal é transmitida através de fezes, camas úmidas e água
suja. O calor e a umidade favorecem o aparecimento da doença. As aves tornam-se
apáticas, perdem o apetite, palidez, as fezes apresentam-se aquosas e/ou em forma
de muco viscoso sanguinolento, pois a doença provoca severa inflamação da
mucosa intestinal. A desinfecção das instalações é o melhor meio de prevenção,
devendo ser observadas as práticas de manejo, uso de cama limpa, limpeza e
desinfecção de comedouros e bebedouros e boa alimentação.
Cólera também conhecida como Pasteurelose Aviária, é um germe, apresenta
sintomas de febre e sede intensa, respiração ofegante, sonolência e diarréia,
havendo também a eliminação de secreção com mau cheiro pelas fossas nasais,
perda de peso, articulações inchadas e enrijecida, catarro na garganta, apatia.
Algumas vezes apresentam inchaço junto aos olhos e cianose de cristas e barbelas.
As aves sãs devem ser afastadas do local contaminado por 40 dias ( quarentena o
isolamento das aves doentes é importante, o tratamento é feito com antibióticos
específicos e todas as instalações devem ser devidamente desinfetadas e
desocupadas por no mínimo 30 dias. O frio e a umidade, vento, manejo incorreto,
água contaminada com fezes e alimentos mofados são fontes de contaminação.
Coriza é a mais conhecida e é comum designar todas as doenças caracterizadas por
secreção nos olhos e dos orifícios nasais como coriza. É um germe hemofílico
freqüente em lugares com umidade, correntes de ar e sem abrigos para as aves.
Provoca um corrimento nos olhos (lacrimejamento) e nas narinas, essa secreção
aumenta, se torna viscosa e provoca o inchaço da cabeça, podendo atingir os olhos,
chegando a cegar a ave, há diminuição da postura e emagrecimento. É necessário o
tratamento com antibióticos, o isolamento das aves contaminadas e a desinfecção de
todos os viveiros, pois a doença é altamente contagiosa e pode provocar a morte das
aves se não forem medicadas prontamente. Boa alimentação e higiene rigorosa são
importantes.
Doença de Marek é uma doença causada por vírus também conhecida como
Paralisia das Aves, causa tumores nos nervos, nos rins, baço, fígado, intestinos,
coração e músculos. Os sintomas variam de acordo com a localização dos tumores.
Podem ocorrer diarréias, as aves ficam ofegantes, podem aparecer tumores sob a
pele, afeta o sistema nervoso central das aves. O crescimento, a reprodução sofrem
decréscimo devido à doença.
As aves doentes são agredidas pelas aves sadias e mostram lesões de bicagem.
Severa limpeza e desinfecção, isolamento das aves doentes são muito
importantes. A vacinação deve ser realizada em pintos de 1 dia de idade e aplicada
no dorso do pescoço.
• Estafilococose é uma infecção provocada por bactérias, as aves perdem o apetite,
ficam prostradas, febris, com diarréia fétida e dificuldade de locomoção, apresentam
artrite e edema na planta dos pés, podem apresentar diarréia e pus amarelado nas
articulações. O tratamento é feito com antibióticos.
• Laringotraqueite Infecciosa é uma doença infecto-contagiosa provocada por vírus.
Normalmente a doença aparece nas estações frias, provoca dispnéia, descoloração
da crista, cabeça e barbelas, tosse, diminuição do apetite, queda de produção,
lesões nos olhos e dificuldade respiratória. O uso de antibióticos é o tratamento
indicado.
• Leucose Linfóide é uma doença provocada por vírus, causa a formação de tumores
em vários órgãos, principalmente baço e fígado, provocando hipertrofia dos mesmos
provoca deformações ósseas e inchações dos membros, daí o nome popular de
“perna grossa”. O tratamento é feito com antibióticos.
• Newcastle é causada por um vírus e também é muito contagiosa. Os primeiros
sintomas consistem em queda do consumo de alimentos, bronquite com tosse e
espirros, as aves perdem o equilíbrio, andam em círculos, entortam o pescoço e tem
diarréia esverdeada, desidratação e podem chegar á morte se não forem atendidas
rapidamente pelo veterinário. As aves doentes devem ser isoladas, os viveiros
desinfetados rigorosamente assim como todos os bebedouros e comedouros. A
vacinação é feita via nasal ou ocular, mas também pode ser feita via muscular, no
peito ou na coxa.
• Pulorose também chamada “Diarréia Branca” é uma infecção causada por
Salmonela. Causa problemas na reprodução, fertilidade, atraso de crescimento e
queda de produção. Há sonolência, apatia, diarréia amarelada, asas pendentes e as
fezes se acumulam em torno do ânus, há dispnéia, palidez da crista. O tratamento é
feito com antibióticos e sulfa desinfecção rigorosa e separação das aves sãs das
contaminadas é importante.
• Tifo Aviário é provocada por Salmonela, provoca palidez da crista, apatia, penas
arrepiadas, diarréia amarelo-esverdeada e artrites, febre, sede intensa. O tratamento
é feito com algumas sulfas e antibióticos específicos. A doença aparece
normalmente por práticas anti-higiênicas e mau manejo.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

segunda-feira, 14 de março de 2011

PROFESSOR LANÇA LIVRO SOBRE CONDORNAS

"Tabelas para Codornas Japonesas e Européias " Tópicos especiais, Composição de alimentos e Exigências nutricionais" é o título do livro que o professor José Humberto Vilar da Silva, do Departamento de Agropecuária do Centro de Ciências Humanas, Sociais e Agrárias da UFPB, lançará no próximo dia 4, em Bananeiras.

Segundo ele, no livro "os criadores de codornas, técnicos interessados e curiosos encontrarão informações esclarecedoras sobre a qualidade da carne e dos ovos, comportamento alimentar, anatomia e fisiologia do aparelho digestivo, composição e qualidade dos alimentos, além das tabelas de recomendações nutricionais para a espécie, estas últimas propostas com base no levantamento e consulta a mais de 90 artigos científicos publicados na literatura nacional e internacional".

Atualmente o professor Humberto é coordenador do Programa de Pós-Graduação em Tecnologia Agroalimentar, orienta alunos do mestrado, doutorado e iniciação científica, e é pesquisador 1C do CNPq.

Para a Agência de Notícias o professor falou sobre o lançamento do livro e das vantagens da criação de codornas, que "são pequenas, comem pouco e produzem carne e ovos mais rápido que qualquer outras espécies de ave".

AN " O lançamento de seu livro se deu na "Ave Expo", em Foz do Iguaçu-PR, mês passado. O senhor pretende lançá-lo aqui na Paraíba também?

Humberto Vilar - Sim, estarei lançando na próxima quarta-feira (4) no CCHSA, campus III de Bananeiras e depois no campus de Areia (data ainda não fechada). O lançado do livro no Paraná ocorreu porque a empresa patrocinadora do trabalho, a Ajinomoto Animal Nutrition, me convidou para proferir uma palestra na Ave Expo, um evento internacional na área de avicultura. Na ocasião da palestra estavam presentes 90% de todo PIB avícola latino-americano.

AN " Qual a importância desta sua obra para os técnicos da área e criadores de codornas?

Humberto Vilar - Simplesmente é um trabalho inédito e pioneiro. Para se ter uma idéia, todo mundo que pretende alimentar as codornas tem que consultar este livro (criadores, fábricas de rações e pesquisadores). Um exemplo, todo trabalho de dissertação ou tese com esta espécie terá que consultar os dados constantes neste livro, portanto, trata-se de uma obra ímpar na literatura mundial sobre o tema. Não existe nenhuma experiência no mundo similar e com a profundidade com que tratamos o tema.

AN " O senhor acha que a criação de codornas é uma alternativa para o combate à fome e à desnutrição de áreas menos desenvolvidas como o Nordeste? Por que?

Humberto Vilar " Sim, vamos começar pela história. Na Bíblia, Salmo 105, o povo Hebreu na travessia do deserto, nos 40 anos do Êxodo, pediu alimento a Deus, e o criador enviou para saciar a fome do povo santo o Maná e Codornas. Novamente, essas mesmas codornas podem ser alimento para outro povo sofrido, o nordestino que vive no semi-árido brasileiro, porque ela é pequena, come pouco, é resistente ao calor, bota ovos com 35 dias de idade e pode ser abatida com 28 dias.

Além disso, pode ser criada em gaiolas de pássaros ocupando pequenos espaços nas varandas das residenciais de campo e servir como fonte de renda pela venda de ovos e aves vivas ou abatidas. Na Europa e América do Norte as codornas ainda são fontes de renda em outro negócio que poderia ser explorado por aqui, a caça esportiva em clubes de campo, os famosos clubes de "caçe e pague", que acabam contribuindo para combater a caça ilegal e predatória dos recursos escassos de nossa fauna semi-árida.

AN " Por que, então, a criação dessa ave é ainda tão pouco explorada na nossa região?

Humberto Vilar - Por falta de incentivos governamentais nos moldes dos incentivos que são destinados para a criação de cabras e de galinhas caipiras. O CNPq já acordou para esta realidade e vem aprovando projetos acadêmicos com codornas em todo o país, mas são exemplos como este que deveriam ser seguidos e copiados pelas agências de fomento regional como as fundações de apoio às pesquisas estaduais e o Banco do Nordeste.

Existe o programa do leite de cabras, por que não criar o programa do ovo de codorna com a distribuição do produto na merenda escolar, na forma de ovo natural ou em pó como se distribui a multimistura. Há incentivos governamentais para a criação de codorna? Quais são eles? Infelizmente, não. Aí reside o problema, nós aqui da UFPB no campus de Bananeiras temos todo o "know how" de criação, podemos fazer a reprodução e a comercialização das aves, além disso, temos condições de oferecer toda a assistência técnica de produção, abate e produção de rações, mas infelizmente, ainda estamos aguardando iniciativas por parte das autoridades.

AN " Em termos nutricionais, qual a importância da criação dessa ave numa região semi-árida como a nossa?

Humberto Vilar - Para iniciar a conversa, os ovos de codornas são mais ricos em aminoácidos e vitamina A que os ovos de galinhas de granjas e mais, inclusive, que os ovos de galinha caipira também. A carne é vermelha e tem sabor de aves silvestres. Se lembrarmos que o maior problema de desnutrição no semi-árido é a fome protéica do homem (crianças e adultos), que pode levar a um tipo especial de desnutrição severa conhecida na África de mal de Kwashiorkor que resulta em alta mortalidade em crianças. Quem nunca viu cenas de crianças subnutridas magérrimas e barrigudas no semi-árido? Eu sou dessa região, nasci em Taperoá e conheço bem de perto esta realidade.

Criação crescente - No final da entrevista o professor José Humberto Vilar lembrou que a criação de codornas no Brasil vem crescendo em níveis de 10% ao ano, especialmente no Sul e Sudeste brasileiro. "O Brasil é o segundo maior produtor de ovos e o quinto de carne de codornas, onde a China e a Índia se destacam", disse.

Entre os países importadores de ovos o Japão se destaca, importando ovos de codornas da China e Coréia e, em breve, o Brasil poderá vender ovos processados para aquele país. Em relação às exportações de carne de codornas, o Brasil já vende para países do Mercosul e países Árabes, ainda numa escala pequena, mas com boas perspectivas de crescimento.
  Autor:   Fonte/Foto: Clipping Agência de Notícias - Fernando Caldeira